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13 March 2006
O tédio e a qualidade do ensino público
Recomendo fortemente o artigo de Paulo Ghiraldelli Jr. publicado na Folha, O tédio mata nosso ensino. Ele toca forte num ponto que é frequentemente deixado de lado: a carreira do magistério. Como é possível motivar nossos professores públicos do primeiro e segundo graus a se qualificarem, se não há nenhuma remuneração extra, nenhuma carreira que eles possam ascender? Isso explica, em certa medida, porque as universidades públicas são bem sucedidas. É necessário ter o mestrado, o doutorado, e em algumas, a livre-docência, para que os professores possam chegar ao topo da carreira e possam receber um salário melhor. No primeiro mundo é constante a recompensa salarial por cursos de atualização que os professores fazem. No Brasil, essa política é execrada pelos profissionais da área, que têm medo da concorrência e da competência. As promoções na carreira são quase sempre feitas por tempo de serviço. E como o artigo aponta, isso é transmitido pelas próprias universidades públicas que formam os professores.
Há sim remuneração extra, pelo menos na rede pública do estado de Pernambuco, para os professores do ensino médio que se qualificam seja em qual nível for. E o pior é que tais qualificações só são vistas pela maioria desses profissionais simplesmente como uma forma de aumentar seus salários, coisa que já ouvi muito, e não também como uma oportunidade real de melhorarem o ensino. Tal política não é execrada pelos profissionais da área, muito pelo contrário, há uma disputa ferrenha para se conseguir vagas em tais cursos de qualificação.
ReplyDeleteO problema começa mesmo é no curso de formação desses profissionais, que os terminam como se estivessem saindo de um castigo, já ouvi muito isso também, e a culpa é somente dos acadêmicos que por falta de visão e de qualificação na área de ensino não percebem os monstros que há tampos vêem jogando em nossas escolas públicas.