Ontem foi publicado um artigo sobre cordas no Caderno Mais da Folha: No Fim do Tunel (é necessário ser assinante). Este é o artigo sério sobre cordas que havia mencionado anteriormente. Nele, o autor, Rafael Garcia, comenta um artigo de Jacques Distler que pretende testar a teoria de cordas no LHC.
O trabalho de Distler consiste em estudar o efeito da adição de operadores de dimensão mais alta na teoria eletrofraca junto com a condição de que propriedades essenciais como invariância de Lorentz, analiticidade, unitariedade e simetria de cruzamento (crossing) sejam mantidas em distâncias muito pequenas. Em outras palavras, ele estuda extensões da teoria eletrofraca que mantém propriedades fundamentais de qualquer teoria quântica de campos. Essa é uma idéia antiga e bastante utilizada para analisar extensões de qualquer modelo. A novidade de Distler e colaboradores é que eles aplicam essa maquinaria para estudar a produção dos bósons W que serão eventualmente produzidos no LHC. As propriedades mencionadas acima impõem limites sobre determinados parâmetros que caracterizam a produção dos W' s e violações desses limites indicariam que tais propriedades não estariam presentes na teoria. Portanto, o que está sendo testadado, são propriedades da teoria quântica de campos e não da teoria de cordas. Por outro lado, como a teoria de cordas também assume simetria de Lorentz, analiticidade, unitariedade e crossing, a violação de qualquer uma delas seria um problema muito sério para as cordas. Entretanto, ninguém espera que essas propriedades sejam violadas.
O título da primeira versão do trabalho de Distler foi modificado. Ele fazia menção à teoria de cordas. O árbitro do trabalho deve ter notado que o que está se testanto diretamente é a teoria quântica de campos e não a teoria de cordas. A versão publicada no Physical Review Letters
menciona modelos de física nova e não mais a teoria de cordas. Corretíssimo!
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