Está chegando na livrarias do Brasil o livro de Rhonda Byrne "O Segredo", que também está disponível em DVD. Sucesso de vendas nos EUA, capa da Veja nesta semana, sem dúvida fará um grande sucesso no Brasil. Provavelmente o mesmo sucesso que Norman Vincent Peale fez na década de 60 quando foi traduzido o seu livro "O Poder do Pensamento Positivo".
Qual é o segredo? Vender a idéia de que é possível ser feliz, ter saude e atrair riquezas apenas com a força do pensamento. Uma das receitas mais antigas de auto-ajuda, que pode ser encontrada inclusive na Bíblia. "O Segredo", na verdade, é uma reciclagem do livro de Peale. Qual a técnica de Rhonda? Usar uma linguagem simples e acessível a todos. Porque consegue enganar a todos? Diferentemente de Peale, que usa argumentos religiosos, ela tenta usar a ciência, afirmando que a mecânica quântica explica as leis de atração do pensamento. Desonestidade de primeiro grau. Primeiro, porque não é possível ficar rico apenas desejando ficar rico. Tente fazer isso voce mesmo! E depois, porque não existem leis de atração pelo pensamento, e portanto, a mecância quântica não pode ser utilizada.
Na verdade, o segredo de Rhonda é utilizar o desejo de todo ser humano em prosperar e aproveitar-se da ignorância que a grande maioria tem sobre ciências. Isto mostra o grande fracasso das escolas, não só no Brasil, mas pelo mundo afora. E ela não deixa por menos. Já prometeu o "O Segredo II", the return. Hasta la vista baby!
News on quantum gravity, strings and other interesting stuff in physics.
Novidades em gravitação quântica, cordas e outras coisas interessantes em física.
31 March 2007
12 March 2007
Cordas e LHC na Folha
Ontem foi publicado um artigo sobre cordas no Caderno Mais da Folha: No Fim do Tunel (é necessário ser assinante). Este é o artigo sério sobre cordas que havia mencionado anteriormente. Nele, o autor, Rafael Garcia, comenta um artigo de Jacques Distler que pretende testar a teoria de cordas no LHC.
O trabalho de Distler consiste em estudar o efeito da adição de operadores de dimensão mais alta na teoria eletrofraca junto com a condição de que propriedades essenciais como invariância de Lorentz, analiticidade, unitariedade e simetria de cruzamento (crossing) sejam mantidas em distâncias muito pequenas. Em outras palavras, ele estuda extensões da teoria eletrofraca que mantém propriedades fundamentais de qualquer teoria quântica de campos. Essa é uma idéia antiga e bastante utilizada para analisar extensões de qualquer modelo. A novidade de Distler e colaboradores é que eles aplicam essa maquinaria para estudar a produção dos bósons W que serão eventualmente produzidos no LHC. As propriedades mencionadas acima impõem limites sobre determinados parâmetros que caracterizam a produção dos W' s e violações desses limites indicariam que tais propriedades não estariam presentes na teoria. Portanto, o que está sendo testadado, são propriedades da teoria quântica de campos e não da teoria de cordas. Por outro lado, como a teoria de cordas também assume simetria de Lorentz, analiticidade, unitariedade e crossing, a violação de qualquer uma delas seria um problema muito sério para as cordas. Entretanto, ninguém espera que essas propriedades sejam violadas.
O título da primeira versão do trabalho de Distler foi modificado. Ele fazia menção à teoria de cordas. O árbitro do trabalho deve ter notado que o que está se testanto diretamente é a teoria quântica de campos e não a teoria de cordas. A versão publicada no Physical Review Letters
menciona modelos de física nova e não mais a teoria de cordas. Corretíssimo!
O trabalho de Distler consiste em estudar o efeito da adição de operadores de dimensão mais alta na teoria eletrofraca junto com a condição de que propriedades essenciais como invariância de Lorentz, analiticidade, unitariedade e simetria de cruzamento (crossing) sejam mantidas em distâncias muito pequenas. Em outras palavras, ele estuda extensões da teoria eletrofraca que mantém propriedades fundamentais de qualquer teoria quântica de campos. Essa é uma idéia antiga e bastante utilizada para analisar extensões de qualquer modelo. A novidade de Distler e colaboradores é que eles aplicam essa maquinaria para estudar a produção dos bósons W que serão eventualmente produzidos no LHC. As propriedades mencionadas acima impõem limites sobre determinados parâmetros que caracterizam a produção dos W' s e violações desses limites indicariam que tais propriedades não estariam presentes na teoria. Portanto, o que está sendo testadado, são propriedades da teoria quântica de campos e não da teoria de cordas. Por outro lado, como a teoria de cordas também assume simetria de Lorentz, analiticidade, unitariedade e crossing, a violação de qualquer uma delas seria um problema muito sério para as cordas. Entretanto, ninguém espera que essas propriedades sejam violadas.
O título da primeira versão do trabalho de Distler foi modificado. Ele fazia menção à teoria de cordas. O árbitro do trabalho deve ter notado que o que está se testanto diretamente é a teoria quântica de campos e não a teoria de cordas. A versão publicada no Physical Review Letters
menciona modelos de física nova e não mais a teoria de cordas. Corretíssimo!
08 March 2007
Os dois lados da medalha
Na última reunião da Congregação do IFUSP o presidente da Comissão de Pesquisa do instituto referiu-se de forma extremamente jocosa e desrespeitosa aos docentes que possuem bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq e que participam de projetos temáticos da Fapesp. Afirmou que eles são priorizados na distribuição das bolsas de iniciação científica do PIBIC apenas por possuírem "medalhas no peito". Ilustrou suas palavras pretendendo colocar medalhas no seu próprio peito. Cena chocante para uma universidade como a USP! Apesar dos protestos de membros da Congregação nenhuma retratação foi apresentada. Afinal, as palavras poderiam ter sido mal escolhidas e não refletir a posição do presidente da comissão de pesquisa. Mas o que se presenciou a seguir foi um silêncio absoluto, confirmando suas convicções.
Em quase toda universidade existem grupos de professores que tentam inverter a escala de valores acadêmicos. Usualmente requerem tratamento igualitário para os desiguais e procuram a todo custo denegrir a imagem dos colegas que obtém sucesso. Querem, por exemplo, que bolsas e verbas sejam distribuídas eqüitativamente entre grupos de pesquisa bem sucedidos e aqueles sem expressão. Querem que todos os docentes tenham os mesmos direitos e obrigações, numa afronta à escala hierárquica que é a razão do sucesso das universidades desde seus primórdios. O objetivo é sempre o mesmo: promover o ensino e a pesquisa de baixa qualidade. Transformar a universidade num mero escolão de terceira categoria e a "pesquisa" numa atividade diletante sem nenhum profissionalismo. Por isso mesmo é muito fácil identificar os locais nos quais o baixo clero predomina. São aquelas instituições inexpressivas e de baixa categoria. Por outro lado, na maior parte das universidades públicas de sucesso, os docentes com bolsa de produtividade em pesquisa, projetos temáticos, institutos do milênio ou pronex, são altamente prestigiados e sempre assumem posições de liderança, como presidências de comissão de pós graduação e de pesquisa. Isto não acontece no IFUSP. Depois desta reunião ficou a sensação de que devo me envergonhar de ter projetos de pesquisa que se destacam. Que devo esconder o fato de ter bolsa de produtividade em pesquisa. Que devo, enfim, me nivelar por baixo. Pobre IFUSP. Mas pensando bem, a última reunião da congregação rendeu uma medalha, uma medalha para o baixo clero.
Em quase toda universidade existem grupos de professores que tentam inverter a escala de valores acadêmicos. Usualmente requerem tratamento igualitário para os desiguais e procuram a todo custo denegrir a imagem dos colegas que obtém sucesso. Querem, por exemplo, que bolsas e verbas sejam distribuídas eqüitativamente entre grupos de pesquisa bem sucedidos e aqueles sem expressão. Querem que todos os docentes tenham os mesmos direitos e obrigações, numa afronta à escala hierárquica que é a razão do sucesso das universidades desde seus primórdios. O objetivo é sempre o mesmo: promover o ensino e a pesquisa de baixa qualidade. Transformar a universidade num mero escolão de terceira categoria e a "pesquisa" numa atividade diletante sem nenhum profissionalismo. Por isso mesmo é muito fácil identificar os locais nos quais o baixo clero predomina. São aquelas instituições inexpressivas e de baixa categoria. Por outro lado, na maior parte das universidades públicas de sucesso, os docentes com bolsa de produtividade em pesquisa, projetos temáticos, institutos do milênio ou pronex, são altamente prestigiados e sempre assumem posições de liderança, como presidências de comissão de pós graduação e de pesquisa. Isto não acontece no IFUSP. Depois desta reunião ficou a sensação de que devo me envergonhar de ter projetos de pesquisa que se destacam. Que devo esconder o fato de ter bolsa de produtividade em pesquisa. Que devo, enfim, me nivelar por baixo. Pobre IFUSP. Mas pensando bem, a última reunião da congregação rendeu uma medalha, uma medalha para o baixo clero.
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Higgs e Supersimetria
Dados coletados no Fermilab podem ser interpretados como evidência de um dos vários bósons de Higgs previstos por uma extensão supersimétrica do modêlo padrão. Se isto se confirmar teríamos duas grandes descobertas feitas simultâneamente: Higgs e supersimetria! De qualquer forma, temos que esperar o LHC para a confirmação. Mais detalhes no PhysicsWeb.
02 March 2007
Eclipse da Lua
Amanhã, sábado dia 4 de março, poderemos presenciar uma eclipse total da Lua. A eclipse vai começar as 18:30 hs., e o ocultamento total se inicia às 19:44 hs. durando mais de uma hora. Vamor torcer para que o tempo ajude. Mais informações aqui.
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