26 May 2012

Professores Brasileiros no CERN

CERN
Para a descoberta do Higgs veja aqui.

O CERN, o laboratório europeu onde está o LHC, o maior acelerador de partículas elementares do mundo, promove diversas atividades voltadas para a sociedade em geral. Em particular, promovem uma Escola de Física para professores do ensino médio, visando coloca-los em contacto com a área das partículas elementares, contando a história das grandes descobertas e da situação atual, e com visitas aos detectores e laboratórios. É uma experiência inesquecível visitar Genebra, a maior cidade próxima ao CERN, ver os campos de girassóis no final da primavera ao redor do laboratório, a imensidão da área onde está instalado o acelerador, o seu refeitório onde se escuta uma quantidade inumerável de línguas, mas sobretudo os laboratórios onde estão os equipamentos que comandam o acelerador e os detectores. Infelizmente não é possível visitar o próprio acelerador, instalado num túnel com mais de cem metros de profundidade, pois a quantidade de radiação é muito alta e perigosa. Passei pelo túnel há vários anos atrás quando ainda estava em construção. É espantoso!
O detector CMS

O Brasil participa da Escola do CERN desde 2009 através da Sociedade Brasileira de Física. No ano passado 20 professores do ensino médio tiveram a oportunidade de conhecer o CERN, aprender um pouco mais sobre partículas elementares e transmitir isso tudo a seus alunos. Neste ano a Escola vai acontecer de 26 à 31 de agosto e as inscrições já estão abertas. Mais informações podem ser encontradas aqui. Professores, aproveitem. É uma experiência única na sua vida!

23 May 2012

A Volta da Matéria Escura do Sistema Solar

Em abril um time de pesquisadores da ESO (European Southern Observatory) anunciou, após analise do comportamento de centenas de estrela em nossa galáxia, que a quantidade de matéria escura existente é muito menor do que aquela esperada. Leia mais detalhes aqui. Na semana passada dois pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados de Princeton apontaram sérios problemas nas suposições que o time da ESO utilizaram na análise dos dados.  Eles afirmam, por exemplo, que as estrelas em nossa vizinhança movem-se muito mais devagar do que a velocidade média assumida pela ESO uma vez que a velocidade da estrela depende de sua posição na galáxia. Mais detalhes podem ser encontrados aqui. O trabalho completo encontra-se aqui. Vamos aguardar a resposta do pessoal da ESO.

11 May 2012

O Prêmio Nobel de Física de 2011

A teoria da relatividade geral, proposta por Einstein em 1915, pode ser usada para descrever a história do universo. Naquela época acreditava-se que o movimento relativo dos objetos celestes era pequeno de forma que uma boa aproximação seria assumir que o universo fosse estático. Entretanto, Einstein não consegue obter das equações da relatividade geral um universo estático. Ele então as modifica em 1917 introduzindo um novo termo chamado de constante cosmológica. Dessa forma, a teoria da relatividade geral modificada fornece soluções em que o universo é estático. A partir de 1922 A. Friedmann mostra de forma bastante geral que as equações da relatividade geral admitem universos em expansão ou em contração, mas não universos estáticos. Dois anos depois, em 1924, E. Hubble descobre que as nebulosas vistas pelos telescópios eram na verdades galáxias como a via Láctea, e que se encontram à distâncias enormes de nossa galáxia, mostrando a vastidão do universo visível. Ele tenta então determinar a velocidade dessas galáxias e descobre, em 1929, que as galáxias mais distantes estão se afastando de nós, e quanto mais distantes elas estão, maior é a velocidade de afastamento. Esse relação ficou conhecida como a Lei de Hubble. Ele havia descoberto, de fato, que o universo está em expansão! Isso criou um embaraço muito grande para Einstein. Afinal, a relatividade geral previa que o universo poderia estar em expansão mas ele a havia modificado para que gerasse um universo estático. Einstein então afirma que havia cometido o maior erro da vida ao modificar a teoria da relatividade original que estava de acordo com a descoberta da expansão do universo.