News on quantum gravity, strings and other interesting stuff in physics.
Novidades em gravitação quântica, cordas e outras coisas interessantes em física.
25 May 2007
O fim da barricada no IFUSP
24 May 2007
O valor de uma greve
Fiquei estarrecido com a afirmação feita por um dos alunos grevistas no IFUSP. O cerceamento vergonhoso aos professores e alunos adotados para impedir as aulas tem por finalidade evitar que eles, os grevistas, fiquem com faltas ou percam as provas aplicadas por professores que não aderiram à greve! Está inaugurada uma nova modalidade de greve, a greve de risco zero. Você pára e obriga todos a pararem, não pela persuasão e convencimento racionais mas sim pela violência e pela irracionalidade da força bruta.
O operário grevista não tem os dias de greve pagos; a reposição dos dias perdidos é quase sempre negociada ao final da paralisação. No passado, professores e estudantes da USP faziam greves e passeatas arriscando suas posições na universidade e, freqüentemente, a própria vida. Mas hoje em dia a história é outra. Na verdade, tais grevistas são um desrespeito para os que arriscaram suas vidas por ideais democráticos e uma vergonha para o Instituto de Física e para a própria USP.
Entretanto, tudo isto é bastante revelador. O valor de um bem é medido por aquilo que se está disposto a arriscar. Nossos grevistas de risco zero demonstraram claramente o quanto vale o ideal pelo qual lutam: absolutamente nada!
O estupro da USP
Os grevistas clamam por mais democracia e pela preservação de seu direito à greve. Mas esquecem que um dos pilares de qualquer sistema democrático é a garantia dos direitos individuais de qualquer grupo, neste caso, daqueles que não desejam participar da greve. Não respeitar a posição dos colegas que não apóiam a greve é lançar a democracia no lixo da história.
Os atos presenciados relembram a época da ditadura militar onde o direito de ir e vir era cerceado e os professores eram impedidos de ministrar suas aulas. A diferença é que hoje isto é praticado por um bando de grevistas em pleno estado de direito. As autoridades universitárias mantém-se omissas e não tomam qualquer iniciativa para coibi-los. Não fazem valer seu papel de guardiãs do patrimônio da universidade.
E não me refiro apenas ao patrimônio físico, mas ao patrimônio maior de qualquer universidade digna desse nome: a liberdade de expressão e a diversidade de opiniões. Hoje os grevistas nos calam e nos impõem sua vontade pela força, impedindo-nos de exercer nossas atividades. A USP está tristemente sendo estuprada por uma minoria de seus próprios professores e alunos. Uma cena bizarra que acontece em pleno século 21 e que só faz relembrar os tempos de escuridão e violência que pareciam esquecidos.
22 May 2007
A ocupação da reitoria da USP e do IFUSP
À tarde, uma professora e alguns alunos conseguiram entrar num auditório mas tiveram que trancar a porta para impedir a entrada de um bando de estudantes com bumbos e cornetas. Durante uma reunião com o diretor em exercício, que ocorria no mesmo horário, era possível ouvir o barulho fora do auditório e sentir a sala estremecer. Parecia que a universidade estava desmoronando ao nosso redor. E acho que é isso que está realmente acontecendo, em todos os sentidos.
A USP e o IFUSP foram tomados por um bando de alunos que não merecem o privilégio de estudar numa universidade pública. Destroem nosso valioso patrimônio usando uma violência injustificável. Não respeitam colegas, professores, ou qualquer ser humano que não compartilhe de suas opiniões radicais e anti-democráticas. Pior ainda, tentam destruir a base da própria universidade: a liberdade de expressão e a diversidade de opiniões.
UPDATE:Cobertura da Folha, da Folha, da Globo