News on quantum gravity, strings and other interesting stuff in physics.
Novidades em gravitação quântica, cordas e outras coisas interessantes em física.
25 June 2012
Descoberta do Higgs?
O CERN anunciou que apresentará novos dados sobre o Higgs no seminário “Update on the search for the Higgs Boson”. no dia 4 de julho. O seminário vai acontecer um pouco antes de uma das conferências mais importantes da área, o ICHEP, que será realizada em Melbourne, e onde o CMS e ATLAS irão apresentar os dados mais recentes sobre o Higgs. Em Dezembro de 2011 os dados acumulados pelos dois experimentos indicavam um excesso de eventos compatível com a existência de um Higgs de massa 125 GeV. A estatística combinada dos dois experimentos indica que a probabilidade de que esse excesso de eventos seja devido ao acaso é de uma parte em cem mil. Com o aumento da energia do acelerador e com muitos mais eventos colhidos nestes últimos meses a estatística deve melhorar muito e espera-se que seja anunciada a descoberta do Higgs nesse seminário. O seminário será transmitido as 9 hs em Genebra, 4 hs da manhã no Brasil e será transmitido ao vivo. Mais informações aqui.
05 June 2012
Trânsito de Vênus
Hoje vai ocorrer um evento raro nos céus: Vênus irá passar pela frente da face do Sol. Infelizmente será noite no Brasil e não poderemos assistir ao trânsito. Em geral ocorrem dois trânsitos de Vênus por século enquanto que Mercúrio passa pelo Sol cerca de 13 vezes por século. Como o último trânsito de Vênus ocorreu em 2006 teremos que esperar pelo próximo século para vê-lo novamente. Este trânsito será certamente um dos mais bem documentados de toda história e poderá ser visto ao vivo no site na NASA.
Desde a época em que Kepler descobriu as leis que regem o movimento dos planetas ao redor do Sol é possível prever com exatidão quando um trânsito vai acontecer. Em 1627 Kepler construiu uma tabela dos movimentos planetários e descobriu que em 1631 haveria um trânsito de Vênus e Mercúrio. Infelizmente ele morreu antes do trânsito mas outros astrônomos assistiram ao fenômeno na data antecipada por Kepler.
Edmond Halley, o mesmo que deu nome ao cometa, após presenciar um trânsito de Mercúrio em 1677 percebeu que poderia usar o tempo de trânsito dos planetas para determinar a distância da Terra ao Sol. Para isso seria necessário determinar o tempo de trânsito em pontos afastados da superfície terrestre já que o efeito de paralaxe forneceria visões diferentes em lugares diferentes. Como Vênus está mais próximo da Terra o efeito de paralaxe é maior para Vênus do que para Mercúrio. Halley iniciou então uma campanha vigorosa para a observação dos trânsitos de 1761 e 1769. Como era necessário a obervação em diferentes países fez uma campanha internacional e montou uma das primeiras colaborações internacionais que se tem história. Infelizmente os resultados não foram os esperados. Apesar das diversas expedições científicas enviadas à vários países havia um problema quando o disco de Vênus se aproximava da borda do Sol: o disco ficava deformado dificultando uma medida precisa do tempo de trânsito. Outras expedições foram organizadas para os trânsitos de 1874 e 1882 mas o problema persistia. Hoje sabe-se que essa distorção é devido à efeitos de turbulência da atmosfera terrestre. A distância até o Sol agora é medida através de radares fornecendo resultados extremamente acurados. O último trânsito de Vênus do século não tem muita importância do ponto de vista científico mas é uma boa oportunidade para lembrar como já foi útil. O espetáculo, porém, é sempre digno de ser presenciado.
Para mais fotos veja aqui.
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Trânsito de Vênus 2012 |
Edmond Halley, o mesmo que deu nome ao cometa, após presenciar um trânsito de Mercúrio em 1677 percebeu que poderia usar o tempo de trânsito dos planetas para determinar a distância da Terra ao Sol. Para isso seria necessário determinar o tempo de trânsito em pontos afastados da superfície terrestre já que o efeito de paralaxe forneceria visões diferentes em lugares diferentes. Como Vênus está mais próximo da Terra o efeito de paralaxe é maior para Vênus do que para Mercúrio. Halley iniciou então uma campanha vigorosa para a observação dos trânsitos de 1761 e 1769. Como era necessário a obervação em diferentes países fez uma campanha internacional e montou uma das primeiras colaborações internacionais que se tem história. Infelizmente os resultados não foram os esperados. Apesar das diversas expedições científicas enviadas à vários países havia um problema quando o disco de Vênus se aproximava da borda do Sol: o disco ficava deformado dificultando uma medida precisa do tempo de trânsito. Outras expedições foram organizadas para os trânsitos de 1874 e 1882 mas o problema persistia. Hoje sabe-se que essa distorção é devido à efeitos de turbulência da atmosfera terrestre. A distância até o Sol agora é medida através de radares fornecendo resultados extremamente acurados. O último trânsito de Vênus do século não tem muita importância do ponto de vista científico mas é uma boa oportunidade para lembrar como já foi útil. O espetáculo, porém, é sempre digno de ser presenciado.
Para mais fotos veja aqui.
26 May 2012
Professores Brasileiros no CERN
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CERN |
O CERN, o laboratório europeu onde está o LHC, o maior acelerador de partículas elementares do mundo, promove diversas atividades voltadas para a sociedade em geral. Em particular, promovem uma Escola de Física para professores do ensino médio, visando coloca-los em contacto com a área das partículas elementares, contando a história das grandes descobertas e da situação atual, e com visitas aos detectores e laboratórios. É uma experiência inesquecível visitar Genebra, a maior cidade próxima ao CERN, ver os campos de girassóis no final da primavera ao redor do laboratório, a imensidão da área onde está instalado o acelerador, o seu refeitório onde se escuta uma quantidade inumerável de línguas, mas sobretudo os laboratórios onde estão os equipamentos que comandam o acelerador e os detectores. Infelizmente não é possível visitar o próprio acelerador, instalado num túnel com mais de cem metros de profundidade, pois a quantidade de radiação é muito alta e perigosa. Passei pelo túnel há vários anos atrás quando ainda estava em construção. É espantoso!
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O detector CMS |
O Brasil participa da Escola do CERN desde 2009 através da Sociedade Brasileira de Física. No ano passado 20 professores do ensino médio tiveram a oportunidade de conhecer o CERN, aprender um pouco mais sobre partículas elementares e transmitir isso tudo a seus alunos. Neste ano a Escola vai acontecer de 26 à 31 de agosto e as inscrições já estão abertas. Mais informações podem ser encontradas aqui. Professores, aproveitem. É uma experiência única na sua vida!
23 May 2012
A Volta da Matéria Escura do Sistema Solar
Em abril um time de pesquisadores da ESO (European Southern Observatory) anunciou, após analise do comportamento de centenas de estrela em nossa galáxia, que a quantidade de matéria escura existente é muito menor do que aquela esperada. Leia mais detalhes aqui. Na semana passada dois pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados de Princeton apontaram sérios problemas nas suposições que o time da ESO utilizaram na análise dos dados. Eles afirmam, por exemplo, que as estrelas em nossa vizinhança movem-se muito mais devagar do que a velocidade média assumida pela ESO uma vez que a velocidade da estrela depende de sua posição na galáxia. Mais detalhes podem ser encontrados aqui. O trabalho completo encontra-se aqui. Vamos aguardar a resposta do pessoal da ESO.
11 May 2012
O Prêmio Nobel de Física de 2011
A teoria da relatividade geral, proposta por Einstein em 1915, pode ser usada para descrever a história do universo. Naquela época acreditava-se que o movimento relativo dos objetos celestes era pequeno de forma que uma boa aproximação seria assumir que o universo fosse estático. Entretanto, Einstein não consegue obter das equações da relatividade geral um universo estático. Ele então as modifica em 1917 introduzindo um novo termo chamado de constante cosmológica. Dessa forma, a teoria da relatividade geral modificada fornece soluções em que o universo é estático. A partir de 1922 A. Friedmann mostra de forma bastante geral que as equações da relatividade geral admitem universos em expansão ou em contração, mas não universos estáticos. Dois anos depois, em 1924, E. Hubble descobre que as nebulosas vistas pelos telescópios eram na verdades galáxias como a via Láctea, e que se encontram à distâncias enormes de nossa galáxia, mostrando a vastidão do universo visível. Ele tenta então determinar a velocidade dessas galáxias e descobre, em 1929, que as galáxias mais distantes estão se afastando de nós, e quanto mais distantes elas estão, maior é a velocidade de afastamento. Esse relação ficou conhecida como a Lei de Hubble. Ele havia descoberto, de fato, que o universo está em expansão! Isso criou um embaraço muito grande para Einstein. Afinal, a relatividade geral previa que o universo poderia estar em expansão mas ele a havia modificado para que gerasse um universo estático. Einstein então afirma que havia cometido o maior erro da vida ao modificar a teoria da relatividade original que estava de acordo com a descoberta da expansão do universo.
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