Como mencionei anteriormente , o lançamento de um astronauta brasileiro pouco adiciona ao avanço da ciência e da tecnologia no Brasil. Num artigo publicado na Folha, Um passeio de 10 milhões de dólares, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, um excelente divulgador da astronomia no Brasil, frisa:
Aliás, a associação do envio do astronauta brasileiro com o vôo do 14 Bis vai colocar em evidência que o Brasil, em cem anos, sofreu um grande atraso. Naquela época, fomos os primeiros a controlar a dirigibilidade dos balões e a levantar vôo com um veículo mais pesado que o ar, graças à iniciativa de Santos Dumont. No presente, o governo gasta US$ 10 milhões para colocarmos um astronauta no espaço -sendo que mais de 30 países já o fizeram-, usando lançadores de outros países.
Num outro artigo, o editor de ciência da Folha, Cláudio Angelo, em Um grande salto para um bauruense, e só, afirma:
A viagem de Marcos Cesar Pontes é um grande salto para um bauruense, mas um passo minúsculo para a ciência no Brasil. Com ela provavelmente nasce e morre o programa espacial tripulado brasileiro, que começou como um delírio megalomaníaco na era FHC e acabou como uma piada no governo Lula.
E mais: É praticamente consenso entre os cientistas que o país ganha muito mais investindo esses recursos parcos em tecnologia de sensoriamento remoto, por exemplo, do que em mandar visitantes ao espaço para realizar pesquisas de balcão.
Em compensação, é bom lembrar que o Brasil não é o único país que usa astronautas para promover os políticos de plantão. Os EUA e a ex-URSS eram muito mais pródigos. E mais competentes...
No comments:
Post a Comment