News on quantum gravity, strings and other interesting stuff in physics.
Novidades em gravitação quântica, cordas e outras coisas interessantes em física.
31 December 2006
24 December 2006
Happy Xmas
11 December 2006
Os analfabetos em ciência
Polchinski entra no jogo
30 November 2006
Medir distâncias com barômetros, massas com galvanômetros, voltagens com cronômetros
25 November 2006
AdS/CFT e RHIC
19 November 2006
Ciência versus Religião
18 November 2006
Ensino em turno integral mais perto.
17 November 2006
No Extra Dimensions Found (Yet)
15 November 2006
NASA Anunciará Descoberta da Energia Escura
UPDATE: Sean Carroll, um dos participantes da teleconferência escreveu um post. Parece que a energia escura é mesmo a constante cosmológica.
UPDATE: A análise de supernovas com z>1 traz evidências que a energia escura era constante no passado e é consistente com uma constante cosmológica. Leia o report no HST.
10 November 2006
Gravitational Waves Detector in Brazil
Integrability in string theory
09 November 2006
Cordas e futebol!
07 November 2006
Christine Dantas Blog Shutdown
05 November 2006
Teoria de cordas na capa do Mais!
A capa do caderno Mais! da Folha de hoje é dedicado integralmente à teoria de cordas. O caderno traz uma resenha do livro de Lee Smolin feita por Flávio de Carvalho Serpa, Com a Corda no Pescoço; uma entrevista com Smolin, e Marcelo Gleiser também escreve sobre A Controvérsia das Supercordas. Para acessar estes links é necessário ser assinante da Folha. Amanhã o Jornal da Ciência deverá publicar esses textos com acesso aberto e eu colocarei os links apropriados.
A resenha de Flávio está boa. Ele me enviou o texto para que eu verificasse o jargão técnico e aproveitei para fazer alguns comentários. Um deles foi incorporado ao artigo. Provavelmente este é o primeiro texto num jornal brasileiro que comenta a polêmica criada por Peter Woit e Lee Smolin. Antes só era possível acompanhar a discussão pelos blogs em inglês. Em agosto, escrevi um post em português abordando este assunto.
Mas afinal, qual é a polêmica, quais suas causas, e porque chama tanta atenção? Primeiro é necessário conhecer os protagonistas. Peter Woit e Lee Smolin são bem conhecidos por suas críticas à teoria de cordas. O primeiro é um físico da Universidade de Columbia e mantém um blog, Not Even Wrong, onde costuma fazer suas críticas às cordas. Recentemente, lançou um livro com o mesmo título do blog, onde faz um histórico sobre a área de partículas elementares e cordas e apresenta suas opiniões controversas. Li uma versão preliminar do livro e não pretendo ler a versão final. A primeira parte é boa para quem já conhece partículas elementares mas muito árdua para um leigo ou um físico de outra área. A segunda parte, onde faz críticas à teoria de cordas, será comentada mais abaixo. Lee Smolin é físico do Perimeter Institute for Theoretical Physics no Canadá e trabalha na área de Loop Quantum Gravity (LQG), gravitação quântica de laços. É um promotor ativo de sua área e freqüentemente faz essa promoção às custas da teoria de cordas. Vários desses trabalhos em que menciona a teoria de cordas podem ser encontrados nos arXives. Recentemente, lançou o livro The Trouble with Physics, onde promove a LQG em detrimento das cordas. Não li seu livro e nem pretendo lê-lo. Pelos comentários disponíveis, parece ser uma coletânea organizada e mais detalhada de seus papers nos arXives.
É necessário salientar que as críticas à teoria de cordas não são de cunho científico. Primeiro, porque nem Woit e nem Smolin trabalham na área, e não tem condições de fazer críticas técnicas. Woit está no departamento de matemática na Universidade de Columbia porque na época de sua contratação dava-se preferência, nos departamentos de física, para aqueles que trabalhavam em cordas. Lee Smolin, como já mencionado acima, trabalha em LQG, uma proposta alternativa de quantizar a gravitação e que não incorpora o modelo padrão das partículas elementares. É uma teoria extremamente modesta quando comparado com a teoria de cordas. Deve ficar claro que não há nada de errado com a teoria de cordas quando vista como uma extensão do modelo padrão na qual a gravitação é incorporada de forma consistente. Suas previsões de que devam existir outras dimensões e outras simetrias, como a supersimetria, é algo que somente a experiência poderá decidir. Outras características da teoria de cordas, como a correspondência AdS/CFT, são extremamente bem vistas. Quais são as críticas, então?
Como a teoria de cordas fornece uma teoria quântica da gravitação podemos prever precisamente o que acontece numa experiência envolvendo espalhamento grávitons, o quantum do campo gravitacional. Nenhuma outra teoria consegue fazer isso. Entretanto, esse experimento não pode ser executado pois não existe nenhum acelerador de partículas que tenha energia suficiente para isso. Nem agora, nem no LHC, nem num futuro próximo. A existência de dimensões extras e supersimetria, necessárias para a teoria de cordas existir, podem ser comprovadas no LHC ou em outras experiências. Entretanto, outras teorias alternativas também podem ter dimensões extras ou supersimetria. A teoria de cordas ainda não está suficientemente desenvolvida para dizer que tipo de dimensão extra ou que tipo de supersimetria deve existir. De fato, essa é uma característica da teoria de cordas em seu estágio atual. Ela ainda não está madura o suficiente para fazer previsões específicas. Muita gente tem procurado encontrar tais previsões e essa é uma das áreas mais ativas em cordas. Essa é uma das críticas à teoria de cordas contida nos livros. A área tem mais de 30 anos, não foi comprovada experimentalmente, e não consegue fazer uma previsão específica. E daí? E se precisarmos de mais 30 anos para obter uma previsão? Ou de um século para encontrarmos uma evidência experimental? Quem acha que isso é tempo demais abandona a área. Quem acha que vale a pena, continua trabalhando. E o que tem acontecido é que a grande maioria continua trabalhando, para desespero das áreas alternativas. Afinal, se a teoria de cordas for a teoria existente na natureza, não importa o tempo dedicado para sua compreensão. No final, valerá a pena. Vejo apenas uma possibilidade da área ser abandonada: se for encontrado um sério problema técnico que mostre sua inconsistência. Muita gente tem procurado por tais inconsistências e, por incrível que pareça, a teoria sempre se sai bem.
Outra crítica recente é a incorporação, por alguns físicos, do princípio antrópico. A teoria de cordas não está suficientemente desenvolvida para prever qual o modelo de baixas energias que deveríamos encontrar em quatro dimensões. Hoje em dia encontra-se um número absurdamente grande de tais teorias. Alguns lançam mão do princípio antrópico para justificar porque devemos selecionar apenas aquelas teorias que permitem o desenvolvimento de vida inteligente como a conhecemos. Realmente, essa é uma atitude desesperada. Isso é conseqüência da esperança antiga de que a teoria de cordas tivesse apenas uma solução para baixas energias, o nosso universo. Pode ser que a teoria não seja capaz da fazer uma previsão única. Simplesmente não sabemos de ela pode fazer tal previsão ou não. Se for capaz, ótimo. Se não for capaz, ela terá o mesmo status das outras teorias que conhecemos, teremos que especificar condições iniciais que selecionem nosso universo. Não há nada de errado com isso! Simplesmente mostraria que as pretensões iniciais eram por demais audaciosas. Isto certamente não é um motivo sério para abandonar a teoria de cordas.
Lee Smolin tem um argumento mais sutil para suas críticas. Para estudar os efeitos da teoria de cordas é necessário dizer, em primeiro lugar, em que espaço a corda vive. Podemos começar com um espaço plano, por exemplo. A quantização da corda fechada nos diz que ela produz uma força gravitacional. Isso significa que o espaço inicialmente plano fica curvo pela presença da corda fechada. Podemos agora dar um passo adiante e considerar a corda nesse novo espaço curvo e encontrar os efeitos da corda nele e assim sucessivamente. Só podemos estudar a corda num espaço dado antecipadamente. Isso vale para outros campos além da gravitação, que juntos são genericamente chamados de campos de fundo. Portanto, a quantização da corda só pode ser efetuada quando esses campos de fundo são conhecidos. Smolin defende uma teoria de gravitação quântica que não necessita campos de fundo. O pessoal de cordas também procura por uma versão da teoria de cordas que seja independente dos campos de fundo, a chamada teoria de campos de cordas. A teoria de gravitação que Smolin defende aparentemente tem essa propriedade. Entretanto, não se sabe se ela fornece a relatividade geral no limite clássico. Além disso, ela não fixa o número de dimensões em que pode ser formulada e nem precisa de matéria, a teoria seria consistente num universo em que existisse apenas a gravitação e em qualquer número de dimensões. Uma teoria bastante pobre. Para outros sérios problemas veja este post de L. Motl. A teoria de cordas, por sua vez, contém a relatividade geral, só pode ser formulada em 10 dimensões e precisa de matéria. Outro problema da LQG é que o procedimento de quantização não é convencional. Isto é discutido por Aaron Bergman e a situação é resumido num post que escrevi em agosto deste ano. A teoria de LQG tem, portanto, sérios problemas. Talvez isso explique a dificuldade que tem sido encontrada na busca de uma teoria de cordas independente de campos de fundo. É importante ressaltar que as críticas que o pessoal de cordas faz a LQG são estritamente técnicas. Infelizmente o contrário não é verdade.
Entretanto, a LQG tem um certo charme para os desavisados. Isso ocorre porque é muito difícil ingressar na área de cordas. Ela é um enorme cipoal sem começo nem fim. Só com muito esforço e determinação é possível compreender e trabalhar em cordas. Já a LQG tem um ponto de partida bem definido, como num livro texto, e muitos consideram muito mais fácil estudar LQG do que cordas. Isso está discutido noutro post de minha autoria de agosto deste ano.
A principal crítica encontrada nos livros, entretanto, é de cunho, poderíamos dizer, sociológico. Ambos os livros denunciam que há uma conspiração nos departamentos de física devido à preferência dada na contratação de pesquisadores de cordas. Não se trata disso. Afinal, a teoria de cordas é a única extensão das teorias que conhecemos atualmente e que permite a quantização da gravitação. Isso é um grande feito. Apesar de ter mais de 30 anos ainda não é uma teoria acabada pois não conhecemos seus fundamentos. Por isso tem tanta gente trabalhando em cordas. Deve ser lembrado que Einstein demorou 10 anos para formular a relatividade geral e não há nenhum Einstein atualmente. É muito ingênuo acreditar que um número tão grande de pesquisadores dedicaria anos de sua carreira para estudar algo que definitivamente não teria qualquer conexão com a natureza. Poucos estudantes escolhem a LQG devido aos problemas que mencionei acima. Os estudantes mais brilhantes escolhem teoria de cordas devido aos resultados já obtidos até aqui.
A resenha de Flávio dá a impressão de que existe uma guerra nos bastidores da física. Isso não é verdade. Poucos físicos de cordas dão atenção às críticas de Woit e de Smolin. Se ambos fizessem críticas técnicas aí sim seriam levados em conta. Quando Smolin afirma que a física ficou estagnada por tinta anos, mesmo que esteja se referindo apenas à área de partículas elementares, sabemos que não é verdade. Enormes avanços foram feitos durante esse período. O que acontece é que nesta era da informação os blogs amplificam em muito a repercussão de comentários que em outras épocas passariam despercebidos. Como dito anteriormente, Peter Woit tem um blog onde atrai, com suas críticas, um sem número de pessoas sem qualificação para falar sobre a teoria de cordas. Todos eles têm a oportunidade de criticar algo que não conhecem. Por outro lado, Lubos Motl, professor de física de Harvard, tem um blog, o Reference Frame, onde defende ardentemente a teoria de cordas e ataca com igual ardor a LQG. Outro blog menos conhecido, é o The String Coffee Table onde as discussões são mais técnicas e a participação de pessoas não qualificadas é bem menor. No final da contas, tudo isso é positivo para a ciência. O que mantém a ciência em seu curso são as críticas de seus pares, sejam elas bem fundamentadas ou não. Claro que as críticas técnicas, feitos por especialistas, sempre merecem mais atenção do que aquelas de cunho mais geral ou de fundo sociológico, assunto sobre o qual já discorri anteriormente.
UPDATE: Conforme prometido, seguem os links para o Jornal da Ciência: a resenha e a entrevista com Lee Smolin e o artigo de Marcelo Gleiser.
31 October 2006
Finiteness of N=8 Supergravity?
16 October 2006
AdS/CFT e a holografia de Rehren
Hoje apareceu um poster muito bom de Jacques Distler discutindo o trabalho de Rehren. Ele aponta que a teoria de Rehren na borda tem sérios problemas pois na verdade não se trata de uma teoria quântica de campos satisfazendo os axiomas usuais. Nos comentários, Lubos Motl apresenta uma versão bastante simplista do trabalho de Rehren e menciona uma troca de correspondência com Rehren, em que este último confirma a validade da visão simplista!
UPDATE: Jackes Distler tem outro post sobre o assunto e Lubos Motl também. Discutem um tema bastante importante: o rigor matemático não deve ser confundido com o rigor em física. Apesar do teorema de Rehren ser matematicamente consistente ele não diz nada sobre a teoria de campos da borda pois lá não há uma teoria de campos no sentido usual.
08 October 2006
Brazilian Physical Society: 40 years
It was really interesting that on October 3, the last day of the meeting, the Nobel prize was awarded to the COBE satellite people. A work in basic science got the prize. I gave a talk on string theory and I mentioned the Nobel prize during my talk. I also said loudly that research in high energy physics and string theory is basic research and as such it should be understood, not for its applications. I hope the message was clear.
At the end of the meeting a round table to discuss the "Physics for Brazil" was held. Four physicists working in research agencies were invited. One of them, the Minister of Science and Technology, which is also a physicist, did not show up and sent a representative. Just one of them, the Scientific Director of FAPESP, the Sao Paulo State research agency, said clearly that basic and applied sciences are equally important. The others just pressed that applied physics is important for the Brazilian development.
I hope that the federal research agencies wake up from this dream. It is not possible to develop applied sciences without a solid foundation in basic research. We need both of them strong and healthy.
07 October 2006
Pictures from Mars
06 October 2006
Novamente, a qualidade do ensino
04 October 2006
O Prêmio Nobel de Física de 2006
COBE |
Essa radiação foi detectada pela primeira por Arno Penzias e Robert Wilson em 1960 e eles ganharam o prêmio Nobel por essa descoberta. O satélite COBE, lançado em 1998, mediu a radiação cósmica de fundo e obteve uma concordância impressionante com a radiação do corpo negro. As pequenas anisotropias também foram medidas e resultam no famoso mapa do COBE.
Esse prêmio Nobel também tem um valor simbólico muito forte. A cosmologia experimental, antes da década de 90, não era levada muito a sério devido as grandes incertezas observacionais. A mudança do valor constante de Hubble a cada nova medida era tão grande que se costumava dizer que era a constante da física que mais variava com o tempo. A partir do COBE a cosmologia entrou numa outra era, de medidas extremamente precisas, que mostraram, e ainda mostram, um universo cheio de surpresas. Hoje em dia a cosmologia experimental é respeitada por todas as áreas. Esse progresso continua até hoje e para verificar isso basta comparar o mapa de anisotropias do WMAP, o satélite sucessor do COBE lançado em 2002.
WMAP |
Mais notícias do prêmio Nobel podem ser encontradas aqui e aqui (em portugues), e aqui e aqui (em ingles).
30 September 2006
System of units and coordinates
"... systems of units are like coordinates. They’re both systems of arbitrary choices that let us describe reality using numbers. In both cases, we’re ultimately interested in learning things that don’t depend on these arbitrary choices."
The discussion is quite good and interesting.
28 September 2006
Brazilian Meeting in Particles and Fields
The talks are already available in the homepage.
23 September 2006
O universo elegante na Google video
Einstein's Dream
Strings the Thing
Welcome to the 11th Dimension
Banda larga é realmente necessária. (Via blog do L. Motl)
21 September 2006
Last solar eclipse in 2006
19 September 2006
Lorentz invariance in good health
17 September 2006
O retrocesso do IFUSP
Desde sua fundação, o Instituto de Física da USP sempre teve um papel de destaque na formação dos físicos brasileiros. A qualidade de seus cursos é indiscutível e tem reconhecimento internacional. Um dos diversos elementos responsáveis por esse sucesso é a atribuição de uma turma por docente em cada período letivo, o mesmo padrão de carga didática encontrado nas melhores universidades do mundo. Isto garante aos docentes condições de preparar adequadamente suas aulas, prestar atendimento aos alunos fora do horário de aulas e manter suas atividades de pesquisa, de forma a manter-se atualizado e poder ministrar aulas de qualidade. É claro que qualquer docente pode arcar com uma carga didática maior sabendo, de antemão, que a excelência de suas aulas será reduzida à medida que suas horas de aula aumentarem. É exatamente isto que distingue as melhores universidades, a tradição de combinar docência de alta qualidade e pesquisa de alto padrão. É assim no mundo inteiro e assim tem sido no IFUSP até o presente.
A imposição do mínimo de oito horas de aula semanais pela LDB trouxe um grande problema para os institutos e departamentos de física das universidades federais que tradicionalmente atribuíam uma turma por docente. Como conseqüência, um docente deve, em geral, ministrar aulas para mais de uma turma, indo na contra-mão da tendência universal do ensino de qualidade. As universidades federais tentaram, então, encontrar meios de acomodar-se a LDB e ao mesmo tempo manter o padrão de qualidade de suas instituições, procurando manter, na medida do possível, a carga didática de um curso por docente. A grande maioria encontrou saídas engenhosas para o problema trazido pela LDB e tiveram sucesso nessa empreitada.
Na Universidade de São Paulo, por outro lado, o mínimo exigido são seis horas de aulas semanais. O IFUSP, por sua vez, sempre ignorou essa norma e continuou mantendo a carga tradicional de uma turma por docente, quer com seis, quer com quatro horas semanais, garantindo a qualidade de seus cursos. Infelizmente, essa situação pode mudar. Devido ao número reduzido de professores que existem atualmente e devido ao número excessivo de disciplinas, há um movimento articulado para quebrar essa tradição de qualidade. Ao invés dos dirigentes do instituto usarem o fato de não ser possível cumprir a carga didática mantendo o seu padrão de excelência usual, argumentos poderosos para justificar a contratação de novos docentes, preferem seguir uma linha legalista. Querem simplesmente fazer cumprir a exigência das seis horas semanais, atribuindo para alguns docentes duas turmas no mesmo semestre. Mesmo que tal medida dure um tempo determinado, como proposto, acarretará, sem dúvida, uma queda no nível do ensino do instituto. Obviamente, a maior parte dos docentes preocupados com a qualidade do ensino não apóia tal medida. Surpreendentemente, vários docentes ligados à área de ensino são os maiores partidários dessa proposta perniciosa. Apóiam uma decisão que vai causar prejuízo à qualidade dos cursos ministrados no IFUSP indo de encontro aos propalados ideais de lutar pela melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis.
A decisão será tomada em breve. Vamos esperar que os responsáveis tenham discernimento suficiente para manter a qualidade do curso de física mais tradicional do Brasil. Enquanto as universidades federais lutam contra forças que tentam minar a qualidade de suas atividades, o IFUSP, sem nenhuma pressão externa, abre mão gratuitamente de uma de suas mais poderosas prerrogativas, a qualidade do ensino.
O simples fato de que tal proposta tenha chegado ao ponto em que chegou caracteriza um grande retrocesso do IFUSP. Isto não é um fato isolado, mas a expressão mais veemente da decadência que o instituto vem sofrendo em sua história recente. Só resta aguardar uma mobilização daqueles comprometidos com o elevado nível de excelência que sempre caracterizou o IFUSP, a fim de manter seu rumo na direção do ensino de qualidade e da pesquisa de alto nível. Esta ainda é a melhor forma de servimos a sociedade que nos patrocina.
13 September 2006
Palestra de revisão
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PALESTRA DE REVISÃO DE TEORIA DE CAMPOS
No Encontro de 2003 a palestra de revisão foi apresentada por Dionísio Bazeia Filho da UFPb. Ele fez uma comparação, bastante interessante e necessária, entre o número de trabalhos em teoria de campos apresentados naquela reunião, dividido por sub-áreas, e o número de trabalhos publicados nos arXives nessas mesmas sub-áreas. Grandes distorções foram detectadas. A maior parte dos trabalhos apresentados, 15%, eram em teoria de campos aplicado à matéria condensada enquanto nos arXives essa proporção é de apenas 1%. A área mais ativa, teoria de cordas, com 25% nos arXives, correspondia apenas à 8% dos trabalhos apresentados no encontro.
Não pretendo atualizar essa tabela. Dois anos é muito pouco tempo para que haja mudanças significativas. Porém, acho interessante comparar o que se faz no resto do mundo com o que se faz no Brasil.
No exterior, a área de teoria de campos é hoje dominada pelos pesquisadores de teoria de cordas. Entretanto, existe no Brasil uma grande comunidade que se dedica ao estudo da teoria de campos sem se preocupar com a teoria de cordas. Isso representa um aspecto preocupante pois falta modernidade aos pesquisadores que alheiam-se aos avanços produzidos pela teoria de cordas.
Os aspectos perturbativos da teoria de campos estão completamente compreendidos, quer em quatro, quer em duas dimensões. Infelizmente, ainda existe no Brasil um número considerável de pesquisadores que continuam nessa área. A única linha que ainda necessita pesquisa é o cálculo de amplitudes de espalhamento, principalmente nas teorias de gauge não abelianas. Técnicas que permitam o cálculo de amplitudes para muitas partículas ou envolvendo vários loops ainda estão em desenvolvimento. Técnicas de teoria de cordas estão sendo extremamente úteis.
O grande problema real na teoria de campos é a compreensão do setor não perturbativo. O cálculo do espectro das teorias de gauge não abelianas, a demonstração do confinamento da QCD, o problema das cópias de Gribov, o estudo das dualidades, a expansão 1/N e cálculos na rêde, são os tópicos mais importantes. Felizmente, vários grupos brasileiros ocupam-se desses problemas.
Outro tema já bastante difundido no Brasil é o estudo de teoria de campos não comutativa. Existem vários grupos trabalhando em diversos aspectos dessas teorias distribuídos pelo Brasil. Também importante é a teoria de campos em espaços curvos. Alguns grupos brasileiros tem interesse nesse tópico. A teoria de campos à temperatura finita também é outra linha em que temos vários grupos, porém não há grande movimentação nessa área no exterior. As aplicações à matéria condensada é outra linha nessa mesma situação. Já o estudo do efeito Casimir e o uso de condições de contôrno em teoria de campos representam linhas com grande número de brasileiros envolvidos e que também tem tido grande desenvolvimento no exterior.
Uma parcela significativa da comunidade dedica-se ao estudo da integrabilidade em teoria de campos, principalmente em duas dimensões. Deve-se chamar a atenção para o fato de que hoje em dia há indícios de que a teoria de campos maximalmente supersimétrica é integrável. Há, também, uma forte conexão com a integrabilidade da teoria de cordas em determinados backgrounds. Infelizmente, não há ninguém no Brasil desenvolvendo essa linha.
Uma nova área aberta pela teoria de cordas e pela loop quantum gravity é a chamada violação de Lorentz na teoria de campos. Na verdade, não se trata da violação da simetria de Lorentz, mas no estudo da teoria de campos quando algum vetor ou tensor adquire um valor esperado no vácuo. Trata-se de uma área em expansão e que atrai algumas poucas pessoas no Brasil.
Sem dúvida a teoria de cordas representa o próximo passo a ser desenvolvido após o sucesso da teoria de campos . Entretanto, o número de pesquisadores brasileiros nessa área ainda é extremamente reduzido. Trata-se de uma área dinâmica e extremamente competitiva e talvez isso explique o retraimento de nossa comunidade. O cálculo de amplitudes é uma das poucas áreas desenvolvidas no Brasil. Teoria de campos de cordas, modêlos matriciais e teoria de cordas topológicas são linhas inexistentes no Brasil mas de grande atividade no exterior. A fenomenologia de cordas, e principalmente o estudo da landscape, são outras linhas de grande atividade no exterior e só agora alguns pesquisadores brasileiros começam a tomar interesse. As diversas cosmologias baseadas na teoria de cordas, como braneworlds, Randall-Sundrum, dimensões extras e ações efetivas da teoria de cordas envolvem alguns grupos brasileiros e parece que aos poucos tais grupos estão se consolidando.
Entretanto, a grande movimentação que ocorre hoje em dia na área é devido à correspondência AdS/CFT, ou mais genericamente, a correspondência gravitação/teoria de gauge. O cálculo do espectro em teorias de gauge envolve alguns pesquisadores brasileiros. Como mencionado anteriormente, a linha que está em crescimento, entretanto, é a do estudo da integrabilidade dos dois lados da correspondência. Infelizmente essa é uma linha que ainda não é desenvolvida no Brasil.
Espero ter traçado um perfil dos trabalhos apresentados neste encontro, comparando-os com as linhas mais importantes que estão sendo desenvolvidas no exterior. Temos muitos grupos envolvidos nessas linhas mais dinâmicas mas ainda temos um número significativo de pesquisadores trabalhando em assuntos não tão importantes. Espero que a médio prazo esse quadro possa ser modificado de maneira positiva e possamos estar contribuindo para a solução dos grandes problemas de nossa área.
Apenas algumas referências básicas foram supridas.
10 September 2006
Geometria versus algebra
06 September 2006
Compromisso Todos pela Educação
1. Toda criança e jovem de 4 a 17 anos estará na escola.
2. Toda criança de 8 anos saberá ler e escrever.
3. Todo aluno aprenderá o que é apropriado para sua série.
4. Todos os alunos vão concluir o ensino fundamental e o médio.
5. O investimento na educação básica será garantido e bem gerido.
Para conscientizar a população, o Todos pela Educação vai fazer inserções na mídia do país inteiro, mostrando essas metas. Os participantes privados deverão fazer ações individuais. Bancos, por exemplo, poderão colocar material informativo em suas agências. O movimento pretende reverter indicadores como a escolaridade média de 4,9 anos no país (comparado com 8,8 na Argentina) e o número de jovens fora da escola (809 mil entre 7 e 14 anos). Para isso será necessário aumento do orçamento para a educação em todos os níveis do governo.
Obviamente esse é um programa que todos os candidatos a presidente deveriam apoiar. Todos os candidatos afirmam que a educação é importante, entretanto, apenas um deles, Cristovam Buarque, proclama que a educação é a única forma de mudar a cara do Brasil. E ele está certo. Infelizmente não vai ser eleito e mesmo que fosse a elite o impediria da fazer mudanças bruscas na educação. Porisso não tem outro jeito. Temos que ir a passos de tartaruga, apoiando movimentos como o Compromisso Todos pela Educação, e esperando que ele não morra no berço.
Dois artigos comentam o movimento na Folha. Eles estão aqui e aqui. Infelizmente, é necessário ser assinante.
UPDATE: Leia um dos os artigos mencionados no Jornal da Ciência aqui. Uma reportagem está também aqui.
UPDATE: Existe um site para o movimento.
31 August 2006
Gravitational waves and cosmic magnetic fields
Another interesting article appeared in New Scientist (subscription required) telling the history of the cosmic magnetic field. There is an intergalactic magnetic field whose origin is unknown. The known mechanisms to produce magnetic fields can not explain them. One possibility is that they were created long ago possibly during the inflation period . If this is true this primordial magnetic fields could provide a lot of information about the early universe. As it is explained in the article some experiments are now being set up to study this cosmic magnetic fields.
30 August 2006
Loop quantum gravity: a resposta
Hoje, apareceu uma resposta à essas críticas num paper de Thiemann. Imediatamente Helling rejeitou a resposta de Thiemann em seu blog e a coisa ficou feia indo ao nível do oscilador harmônico. Lubos aproveitou a oportunidade e já escreveu seu post. Há uma parte interessante onde menciona a história de Feynman e a teoria de tudo e como Thiemann tenta usar isso em seu paper.
UPDATE: Aaron Bergman escreveu um post onde detalha o tratamento do oscilador harmônico usando a proposta de Thiemann. Num outro post ele inicia uma discussão sobre o vínculo mestre usado pelo pessoal de LQG. No blog da Christine Dantas também há um espaço para a discussão do paper.
28 August 2006
Matéria Escura
24 August 2006
The Tao of Mathematics
22 August 2006
Fields Medal
21 August 2006
Dark matter is out there
20 August 2006
Debate sobre a teoria de cordas
É claro que esses livros levaram a um debate acalorado nos blogs. Muitos comentários foram feitos, a grande maioria de forma pessoal, o que não considero muito útil. Entretanto, Aaron Bergman recebeu o livro de Woit para uma resenha e o que ele escreveu é bastante equilibrado. Apesar de trabalhar em teoria de cordas, Bergman faz um balanço da área, e reconhece tanto os pontos positivos quanto os negativos. A resenha pode ser encontrada aqui. A resposta de Peter aos comentários de Bergman podem ser encontrados aqui.
A publicação desses livros levou a discussão para o grande público. Isso fez com que a NPR, National Public Radio, uma rede de rádio não comercial americana, promovesse um debate entre Lee Smolin e Brian Greene. A discussão é muito boa. Clique em "listen" para ouvir o debate. Lubos Motl fez um resumo do debate de forma tendenciosa, como sempre . Entretanto, ele escreveu um post bastante interessante sobre uma forma figurada que o Lee Smolin usou durante a entrevista. Lee comparou a busca de uma teoria quântica da gravitação com a escalada da montanha mais alta que existe. Só que ele se esqueceu que o caminho para a atingir o topo é para cima.
O fato da teoria de cordas estar sendo criticada por tantos anos e ainda assim conseguir atrair os estudantes mais talentosos e fazer com que o número de pesquisadores na área continue a crescer é bastante curioso. De fato, é preciso trabalhar em cordas para compreender o que acontece. Entrar na área é difícil pois não há um roteiro bem definido. Para estudar loop quantum gravity tudo o que se precisa saber é relatividade geral, mecânica Hamiltoniana e teoria quântica de campos. Isso é o básico. Em teoria de cordas o básico não é tão claro. Voce deve saber relatividade geral e teoria quântica de campos, mas dependendo do rumo que voce quer tomar, precisa saber também teoria de campos conforme, integrais de trajetória, quantização à la BRST, anomalias, topologia em duas dimensões, supersimetria, spinores em diversas dimensões, teoria de campos supersimétrica, BPS, QCD, o modêlo padrão, Calabi-Yau, topologia em dimensões superiores a dois, geometria algébrica, anti De Sitter, sólitons, instantons, teoria quântica de campos não perturbativa, ... Muita coisa mesmo. Pode-se ficar sem rumo nesse emaranhado e sem dúvida loop quantum gravity é mais direto. Porisso não é surpreendente que apenas estudantes capazes de encarar grandes desafios decidam entrar na área. Porque a teoria de cordas continua a crescer? Quem trabalha em cordas sabe, como descrito no review de Bergman , que a teoria não é "the only game in town", ela é "the best game in town". Nenhuma outra teoria que estende o modêlo padrão e que contém a relatividade geral produziu tantos resultados novos quanto a teoria de cordas. Os inúmeros testes de consistência a que a teoria foi submetida e o fato de ter passado em todos eles é o mais forte indicativo que estamos na direção correta.
18 August 2006
Medalha Fields: o ganhador vai aparecer?
15 August 2006
Dark matter discovered
UPDATE: Imagine the collision between two galaxies. The ordinary matter in them collides and gets interlocked due to the mutual gravitational attraction. Dark matter, however, just keeps its momentum and keeps going on leaving behind the colliding galaxies. It seems that something like this has been detected by the Chandra X-Ray Observatory. Collisions of ordinary matter produces a lot of X-rays and the dark matter outside the galaxies acts as a gravitational lens. More details can be found in John Baez.
11 August 2006
Extra dimensions in the lab and landscape
There is also a nice article on the landscape in Science Magazine. It gives a balanced view of the anthropic principle and its use in string theory landscape.
10 August 2006
Loop quantum gravity in New Scientist
"The rivalry between the two theories may turn out to be false. It is driven in part by the different backgrounds and prejudices of their practitioners, with string theorists mainly coming from particle physics and the loop camp from general relativity."
Well, we know that is not the reason. Anyway the editorial says that now loop quantum gravity can describe matter. The article has the title "You are made of space-time", and you can imagine how matter is supposed to be represented in LQG. It has nice pictures of braided space-time, which looks like an octopus, claiming to represent elementary particles. The article is based on two papers: gr-qc/0604044, hep-th/0603022 and hep-ph/0503213.To have a balanced view you should also read some trackbacks to these papers: here, here, and here.
09 August 2006
ICMP 2006 - Day 2
Yesterday (Tuesday) there were three plenary lectures but only one with some interest to me. It was given by Bruce Kleiner and he talked about Perelman's work on Ricci flows and the geometrization conjecture. I was not aware that there are many papers explaining Perelman's work and that mathematicians like to write explaining other people works. The parallel session on string theory started with Sergei Gukov talking on categories and its application to link homologies and generalizations based on topological field theories. Hard stuff with the usual cartoons. Then Anton Kapustin gave a very clear talk on topological reduction of supersymmetric gauge theories. He explained in some detail the twisting procedure and how it can be used to get a topological or semi-topological field theories. The last string talk was given Marcos Marino on phase transitions in topological string theories. Again too mathematical.
Then I went to the parallel session on general relativity. The Brazilian GR community must be angry with its contents. The first talk was given by Gabriel Cardoso about entropy in supergravity and string theory where he proposes a modified OSV (Ooguri-Strominger-Vafa) relation to take into account subleading corrections to the entropy. The OSV proposal was discussed by Lubos. The second was a talk on loop quantum gravity. In fact, loop quantum cosmology, by Martin Bojowald, where the use of difference equations is claimed to allow the study of the singularity problems. Great if true. The last talk was given by Axel Kleinschmidt on the attempts to understand M theory looking at the symmetry structures hidden in D=11 supergravity. It is nice to see that there are signs of integrability there too.
I didn't see the end of the last talk because I had to catch my flight back to Sao Paulo. I went to Rio just for the string theory sessions. After I left, the Poincare Award ceremony took place. It was awarded to Ed Witten, Ludvig Faddeev and David Ruelle. All of them gave a talk on the Young Researchers Symposium held on Saturday and Monday.
The conference goes until Friday but I will not be there. Today there are only plenary talks and the afternoon is free. At night there is the conference dinner at Porcao, a very good barbecue restaurant in Rio. I will miss Zarembo's talk on Friday. Hope somebody can tell me later on.
07 August 2006
ICMP 2006
There was a parallel session on strings theory. Chris Hull gave a very clear talk on nongeometrical string backgrounds. It is a clever way of implementing dualities. Pierre Vanhove talked about hypermultiplet couplings in N=2 sugra and Mina Aganagic on topological strings, monodromy and modular forms.
Tonight Lisa Randall is supposed to give a public lecture. The presentations will be online only after the conference is over. As usual because mathematicians are slower.
Colóquio do DFMA
Se voce quer saber porque os seminários são importantes leia o texto aqui.
Se voce acha que dá muito trabalho estudar e assistir seminários talvez seja melhor ler o meu post aqui.
06 August 2006
Young Researchers Symposium
The most expected talk was given by Witten and was about the Langlands program. He started giving an elementary introduction to electric-magnetic duality, magnetic monoples, Dirac strings and the quantization condition to arrive at the Montonen-Olive duality. He then explained the goal of the Langlands program, that is, to study number theory using geometry, and ended mentioning his work, that the Langlands program can be interpreted in terms of physical ingredients. Since the audience was very heterogeneous it seems he did it well.
International Congress on Mathematical Physics 2006
yesterday and today it is happening the Young Researchers Symposium, a meeting promoted by the ICMP to attract younger people and where a Field medalist gives a talk. This year this seminar will be delivered by E. Witten.
The symposium started yesterday with a very nice talk by Faddeev on quantum groups. As he explained quantum groups are neither quantum nor groups. They are deformations of the phase space and the group structure. He started with spin chains using the XXX Heisenberg model along the lines of his well known review. He went on to the XXZ model and its connection with deformed algebras, Yang-Baxter, braid groups, and so on. During the talk he gave many historical accounts related to the subject and distributed a copy of a new preprint "History and Perspectives of Quantum Groups". Very interesting.
Berkovits gave a talk about string amplitudes and pure spinors. Too technical for an audience of mathematicians and physicists from several areas. Anyway it is too hard to explain his goal without going into the technical details. At the end he said that it is possible to extend his pure spinor formalism to 11 dimensions and maybe get more information on M theory. The talk of David Ruelle went the other way. Almost no equations. Too difficult to understand many of his statements and the line of reasoning. Maybe for people working in the area it was easier. He talked about dynamical systems, chaos, turbulence and nonequilibrium statistical mechanics. He told that the solar system is not stable and some guys in the audience seemed very worried about that! Many historical notes were told mainly about Poincare. Like the butterfly effect that had in fact begin with a seagull and not with a butterfly.
There were other sessions where younger people presented their work. The day ended with a reception and Brazilian music, chorinho and samba. Very good.
04 August 2006
Why progress in science is so slow around here
1. The American financial attractor that has caused some brain drain
2. The working American free market of ideas and its less viable European counterpart
3. The relative inability of European scholars to allow their younger colleagues to get further
It is interesting to realize that all this holds also for Brazil and possibly for Latin America. Maldacena is by far the most clear example of the first point. Even if he wanted to go back to Argentina it would be very difficult for the other reasons.
Lubos also details the other two points:
In the American system, new ideas are actively looked for and they are appreciated, together with their happy authors. In the Central European context, it is more important to be compatible with the old ideas - let us call them "perfectly balanced ideas" - that are currently dominating the intellectual landscape and in which the old myths and pre-conceptions play a comparable role to the newest developments.
and,
The third difference between America and Central Europe that I mentioned is the insufficient desire of the Central European scholars to support their students and younger colleagues in getting further than the previous generations. A particularly bad habit is to penalize students and others for being interested in and working on new ideas.
Reading this brings recollections from many years ago. When I was a MSc student, in the 70's, the preprints I read were saying that quantum field theory was the framework for elementary particle physics. The researchers I talked to said that it was just a fashion and it would go away. I could not understand why. After all there were experimental evidence supporting QFT. So I had to study QFT by myself and I did so. After the PhD in London I came back to Brazil at the beginning of the 80's. I recall giving several talks on supersymmetry. It was usual to hear comments like this:
- You should do research in supersymmetry only after it is found, not now.
I usually replied saying that when supersymmetry is found it will no longer be the subject of research but of textbooks. As we all know susy is likely to be found at LHC and even before its discovery it is already in textbooks! A colleague of mine already deceased, P.P.Srivastava, was one of the first people to work in conformal supersymmetry. He was in Europe when he did his work but had to return to Brazil. Here he was convinced by many Brazilian researchers that supersymmetry was just a fashion which would go away soon. Unfortunately he gave credit to this argument and stopped working in susy. Being out of scene people started to stop citing his works. Some years later he realized how wrong his decision was, went back to susy and wrote a book Supersymmetry, Superfields and Supergravity in an attempt to get credit for having worked in conformal susy. His book was one of the few available at that time and is quite good.
Things like this happened in other areas as well. Still in the 80's, when the inflationary theory was born, people working in general relativity in Brazil started to despise the idea. They used to compare the researchers of inflation with those old Hollywood western movies where an old guy in the back of his wagon sells a miracle medicine fooling everybody! That is how it works in many places. If you do not have sound scientific arguments you convince people in this way. Mainly if you live in an economically or militarily oppressed country. It works! I had a bad time explaining to young students the distinction between scientific ideas and political ideologies.
Of course, string theory was also a target for these people. Take Nathan Berkovits for instance. He applied for a position in my institute in the 90's. We discussed the CV and recommendation letters of all candidates. Nathan had a very strong recommendation letter from Witten. After some harsh discussions an influent professor said:
- Who is this Witten anyway?
I immediately said
- The same who just won the Fields Medal!
And he replied in a waggish way
- But his work was in geometry not in analysis!
That was the feeling against string theory at that time! A committee was chosen to select one of the candidates and obviously Nathan did not get the position. Very soon, another university in Sao Paulo, run by younger and smarter people, hired him so he got a good position and is well now. But we lost Berkovits!
Another tactics that is often used consists in bringing foreign people to say the last word against new ideas. There is a well known retired German professor who thinks that we all should do field theory like in 60's and forget everything about string theory. Fortunately almost nobody takes this sort of foreign authority seriously nowadays.
It has to be said that this kind of people is no longer representative of physics in Latin America. As the time goes by their proportion is diminishing in Brazil and they are loosing any decision power they had before. There are many serious researchers who appreciate new ideas and work on them. Some may not work on modern topics but accept that others do so. Without any embarrassment or any mocking. Students now can choose their area without being oppressed. And more than that, they are free to do better than their former teachers did.
A warning to the students. Some of this people are still around. You can easily recognized them. Do not trust those who attack a subject without any solid scientific argument. Never accept political or sociological arguments. They were wrong in the past. And they will be always wrong.
We are slowly finding our way to do leading science.
03 August 2006
30 July 2006
Bolhas de nada
26 July 2006
Ghostly photons, axions or noncommutativity?
Now DESY is planning an experiment using the FLASH, a machine which produces an extremely bright laser beam. The laser will go through a region with intense magnetic field and will be stopped by a wall. In the magnetic field some photons will turn into axions, like in the PVLAS experiment, pass through the wall, and another magnetic field on the other side of the wall will turn these axions back to photons. So photons will apparently come through the wall like ghosts (not the Faddeev-Popov ones!). Very clever! The proposal is here. They are planning to start the experiment by the end of 2006.
If the effect is real and if no axions are found an alternative explanation could be noncommutativity. A noncommutative photon acquires a phase in an electromagnetic background. This causes a rotation in the polarization as observed in PVLAS collaboration. In the DESY experiment no photons would be observed through the wall. That would be great!
17 July 2006
Strings 2006: the movie
16 July 2006
Teoria de supercordas e constante cosmológica
A descoberta de que o universo está em expansão acelerada, e que essa expansão acelerada pode ser atribuída a uma constante cosmológica positiva, parece fornecer um argumento muito forte de que a supersimetria realmente não existe na natureza. Se a supersimetria não for encontrada no LHC nos próximos anos, a supersimetria estará em maus lençois.
Entretanto, esse não é o único problema relacionado à constante cosmológica. É necessário uma constante cosmológica positiva incrivelmente grande para dar origem à inflação cosmológica. Lembre-se que a inflação é hoje confirmada pelos dados do WMAP. Como a constante cosmológica hoje é positiva e extremamente pequena, é necessário compreender porque ela diminiu tanto nestes 13.7 bilhões de anos. Além disso, a densidade de matéria hoje e a densidade de energia escura hoje são praticamente iguais e não há razão para que isso seja assim. Não existe nenhum teoria que explique todos esses fatos sobre a constante cosmológica.
O que a teoria de supercordas afirma sobre isso? Como ela é supersimétrica não admite soluções de de Sitter e parece estar bastante distante do mundo em que vivemos. Entretanto, há várias possibilidades de compactificar a teoria de cordas e gerar uma constante cosmológica positiva. Um bom trabalho de revisão é The Quest for a Realistic Cosmology in the Landscape of String Theory, de Andrew Chamblin. Apesar de ser de 2004 é bastante atual. Explica, inclusive, a tentativa mais recente de KKLT que usa compactificação com fluxos.
15 July 2006
São Paulo in Seed Magazine
13 July 2006
Os senhores do anel e outros filmes
Veja entrevistas com pessoas famosas colecionadas em Peoples Archive. Existem 31 entrevistas atualmente, entre elas: Freeman Dyson, Sir Michael Atiyah, Hans Bethe, Francis Crick, Murray Gell-Mann, Benoit Mandelbrot, Edward Teller e John Wheeler. Voce tem que se registrar primeiro.(Via Not even wrong).
08 July 2006
Another hoax in physics?
Fortunately the gravitational wave affair is not a hoax but the result of a study made by Harry Collins and collaborators at the Cardiff School of Social Sciences. Collins is a sociologist which works on the nature of scientific knowledge and has some interest in physics. He wrote the book Gravity’s Shadow , where he presents a sociological view of the search for gravitational waves, discusses the nature of knowledge, the processes of scientific discovery and the nature of sociological research (as stated in his website; I did not read the book). In his paper , which he says is to be published in Studies in History and Philosophy of Science 37A, 4 (2006), he reports on his new work described above. The questions made by the gravitational wave physicist are not trivial. Some of them are:
Is a spherical resonant mass detector equally sensitive to radiation from all over the sky?
State if after a burst of gravitational waves pass by, a bar antenna continues to ring and mirrors of an interferometer continue to oscillate from their mean positions? (only motion in the relevant frequency range is important).
Imagine that the end mirrors of an interferometer are equally but oppositely (electrically) charged. Could the result of a radio-wave incident on the interferometer be the same as that of a gravitational wave?
Of course, if you know some physics you can justify any answer, be it right or wrong. The questions were answered by a physicist and by Collins himself. Then 9 physicists were asked to see the answers and to point out who was the real physicist. Just one chose the real physicist, 7 chose Collins and one could not reach any conclusion. In the other group, 8 researchers, mainly from humanities, analyzed the answers. Five of them chose the real physicist, 2 chose Collins and one could not decide among the two.
So what can we learn from all this? This is similar to a Turing test where you have to decide if a computer has intelligence. You ask questions to a computer and to a person, without knowing who is who, and analyze the answers. If you can not decide who is the person then the computer has developed intelligence. What Collins is showing is that even if you have a general knowledge of some area but are not completely immersed in it, you can make comments and even give suggestions as if you were a specialist. In fact, sometimes we do that when refereeing papers or proposals in areas close to ours. This is what happened in the Sokal and Bogdanov affairs. Folha de São Paulo reports that Sokal said that he is strike by Collins work. I can understand why.
I have now found out that this was also published in Nature. A subscription is needed and I can not read it from home. Anyway, here is the link.
UPDATE: Folha de São Paulo article (in Portuguese) can be accessed here. There is also some comments by Marcelo Leite (in Portuguese) published yestarday which can be accessed here. Nature is not accessible unless you have a premium subscription (my instituion doesn't have one).
30 June 2006
O carro de som da USP
Um grupo bem humorado de estudantes da Poli fez um video durante a pseudo-greve do ano passado. Lembro-me bem que houve um tumulto na Poli e o SINTUSP acusou professores da Poli de agressão. O video é bastante revelador e engraçado. Veja A Greve do Veto. Bom divertimento.
(Grato ao Oscar pelo link do vídeo)
Effective Field Theories
23 June 2006
Strings 2006 - Day 5
I just heard a rumor that CERN will not host Strings 2008. It will be postponed by one year and Rome will take it in 2010. I don't know the reason and maybe it is still the same: if supersymmetry is found in 2008 then we all will be together to celebrate it and if it is not found we will be together for a collective suicidal.